Lê com atenção o excerto do conto "A Aia", de Eça de Queirós.
No entanto, um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem de rapina, que errava no cimo das serras, descera à planície com a sua horda, e já através de casais e aldeias felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes. Nas atalaias ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca não governa como uma espada. Toda a nobreza fiel perecera na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura, como se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela que nenhuma audácia pode transpor.
Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas...
Eça de Queirós, «A Aia», in Contos
1. Localiza o excerto no conto.
2. Apresenta o assunto do texto.
3. Recorrendo ao manual, indica a acção que sucede ao texto transcrito.
3.1. Justifica a importância da mesma acção.
3.2. Indica o que provocou toda esta situação.
4. Refere os modos de representação do discurso presentes no texto, justificando a tua resposta.
(Em caso de dúvida, consulta a página 218 do manual.)
5. Identifica a referência temporal presente no excerto.
5.1. Indica outras acções importantes no conto que tenham a mesma referência temporal.
6. Apresenta os informantes espaciais existentes no excerto e conclui acerca deles.
7. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase: «Uma roca não governa como uma espada.»
8. «Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre as lajes como um fardo.»
8.1. Transforma o seguinte excerto numa oração subordinada temporal: «Depois houve um gemido [...]».
8.2. Analisa sintacticamente a oração transcrita em 8.1.
8.3. Identifica a subclasse do verbo (transitivo/intransitivo).
8.4. Classifica morfologicamente as palavras a negrito.
9. Retira do texto exemplos de três figuras de estilo.
SOLUÇÕES
1. Este excerto situa-se no desenvolvimento, parte da acção em que são narradas as peripécias.
2. No primeiro parágrafo, o narrador realça o medo que reinava no palácio, não só por ser governado por uma mulher, mas também pela ameaça do tio bastardo; no segundo, destaca o pressentimento de que algo de grave ia acontecer.
3. Temendo pela vida do pequeno príncipe, a aia trocou as crianças, colocando o príncipe no berço de verga e o seu filho no berço de marfim.
3.1. Ao expor o seu filho à morte, a ama salva o pequeno príncipe e, consequentemente, o seu reino.
3.2. Esta situação foi desencadeada pelo tio bastardo, que, levado pela ganância e crueldade, atacou o palácio.
4. No primeiro parágrafo, predomina a descrição, uma vez que a maioria dos verbos se encontram no pretérito imperfeito («enchia», «reinava», «ardiam», «faltava»), avançando a história mais lentamente. No segundo parágrafo, a dinâmica da narrativa altera-se pela sucessão rápida de acontecimentos, bem patente na utilização abundante de verbos no pretérito perfeito («adivinhou», «sentiu», «escutou», «houve», «descerrou», «avistou»).
5. A referência temporal está presente no início do segundo parágrafo — «uma noite».
5.1. Os acontecimentos mais relevantes decorrem durante a noite, nomeadamente a partida do rei e o nascimento das duas crianças.
6. No texto, estabelece-se uma clara oposição entre o palácio — espaço interior onde se concentra a acção e que está agora à mercê do irmão do rei — e o exterior, dominado pela horda que descera das serras — local alto e de vigia — para atacar as populações que viviam na planície.
7. A roca está associada ao trabalho feminino, simbolizando, neste contexto, a mulher que agora governava o reino, isto é, a rainha. A espada, por seu turno, é um símbolo da bravura e da virilidade, representando o rei que morrera. Através desta comparação, o narrador pretende dizer-nos que a rainha não possuía as mesmas capacidades governativas que o seu esposo, nomeadamente num momento crítico como aquele que então se vivia no palácio, uma vez que o irmão bastardo do rei se preparava para o atacar.
8.
8.1. Quando/Logo que/Assim que houve um gemido…
8.2. «Depois» — complemento circunstancial de tempo.
«houve um gemido» — predicado (verbal).
«um gemido» — complemento directo.
Nota: o sujeito é inexistente, uma vez que o verbo «haver» tem o sentido de «existir».
8.3. O verbo é transitivo directo.
8.4. «tombando» — verbo «tombar» no gerúndio (forma nominal); «molemente» — advérbio de modo; «sobre» — preposição simples; «as» — determinante artigo definido, feminino do plural.
9. Enumeração — «E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas […]; dupla adjectivação — «[…] corriam passos pesados e rudes […]; comparação — «Uma roca não governa como uma espada.»
domingo, 31 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º A (5 de Junho) / 9.º B (4 de Junho)
Os Lusíadas
contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).
"A Aia"
biografia do autor; estrutura do conto/organização das sequências narrativas (FF); texto narrativo/categorias da narrativa (pp. 217-218 M).
terça-feira, 12 de maio de 2009
Ortografia I (ão/am)
Ortografia 1
ão/am
Este ditongo apresenta duas grafias:
• nos verbos emprega-se
-ão em sílaba tónica: estarão
-am em sílaba átona: estavam
• nas restantes classes de palavras (nomes, adjectivos, etc.), emprega-se sempre -ão: coração, irmão, órgão, bênção.
Em resumo: a grafia -am só se emprega nas sílabas átonas de formas verbais.
1. Completa adequadamente:
a. Eles er.......... irm.........., mas n.......... er.......... nada parecidos.
b. Ontem, chegar.......... tarde; amanhã, chegar.......... a horas.
c. No sót.......... lá de casa, a crianças encontr.......... de tudo um pouco.
d. Quando descer.......... as escadas, agarrar..........-se bem ao corrim.......... .
e. Este órg.......... tem um som óptimo; os que o escutar.........., ficar.......... encantados.
f. O c.......... do capit.......... é ferocíssimo.
g. Quando chegar.........., comer.......... do que havia.
h. Esta noite dormir.......... pouco; amanhã dormir.......... mais.
i. O irm.......... e a irmã n.......... quiser.......... aceitar a sugestão dos pais.
j. N.......... sejas t.......... antipático, sen.......... os amigos fugir.......... de ti.
k. As aulas começar.......... em Setembro; em Julho começar.......... as férias.
l. A vossa participaç.......... e motivaç.......... durante a última liç.......... entusiasmar.......... o professor.
ão/am
Este ditongo apresenta duas grafias:
• nos verbos emprega-se
-ão em sílaba tónica: estarão
-am em sílaba átona: estavam
• nas restantes classes de palavras (nomes, adjectivos, etc.), emprega-se sempre -ão: coração, irmão, órgão, bênção.
Em resumo: a grafia -am só se emprega nas sílabas átonas de formas verbais.
1. Completa adequadamente:
a. Eles er.......... irm.........., mas n.......... er.......... nada parecidos.
b. Ontem, chegar.......... tarde; amanhã, chegar.......... a horas.
c. No sót.......... lá de casa, a crianças encontr.......... de tudo um pouco.
d. Quando descer.......... as escadas, agarrar..........-se bem ao corrim.......... .
e. Este órg.......... tem um som óptimo; os que o escutar.........., ficar.......... encantados.
f. O c.......... do capit.......... é ferocíssimo.
g. Quando chegar.........., comer.......... do que havia.
h. Esta noite dormir.......... pouco; amanhã dormir.......... mais.
i. O irm.......... e a irmã n.......... quiser.......... aceitar a sugestão dos pais.
j. N.......... sejas t.......... antipático, sen.......... os amigos fugir.......... de ti.
k. As aulas começar.......... em Setembro; em Julho começar.......... as férias.
l. A vossa participaç.......... e motivaç.......... durante a última liç.......... entusiasmar.......... o professor.
Ortografia II (há / à / ah)
há — 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo «haver».
(Noutros tempos verbais: havia, houve, haverá…)
à — contracção da preposição «a» com o determinante artigo definido «a»; no plural: às.
ah — interjeição (surpresa, dor, alegria…).
(Noutros tempos verbais: havia, houve, haverá…)
à — contracção da preposição «a» com o determinante artigo definido «a»; no plural: às.
ah — interjeição (surpresa, dor, alegria…).
Exemplos:
- Há pessoas muitos distraídas. / Ele há-de vir cá.
- Ontem fui à praia. / Comprei uma camisola às riscas.
- Ah, finalmente chegaste!
1. No nosso planeta ……..… muita poluição.
2. A Rita foi ……..… feira e volta mais tarde.
3. ……..… ! Esta é que é a Maria?
4. Temos que ir ao supermercado, não ……..… pão nem queijo em casa.
5. Os alunos estão a jogar ……..… bola.
6. Ela esteve ……..… porta da sala, mas decidiu não entrar.
7. ……..…! Que bom! Vou com o meu pai ao futebol.
8. Naquele estabelecimento ……..… de tudo.
9. Ontem fomos jantar ……..… Costa da Caparica.
10. Queremos lanchar e já não ……..… bolos nem rissóis no bufete.
11. ……..… dois anos, participei nas Olimpíadas de Matemática.
12. Eles estiveram na praia até ……..… hora do almoço.
13. ……..… uma da tarde, encontrar-nos-emos no local combinado.
14. ……..… uma hora que aqui estou.
15. Amanhã, ele ……..…-de voltar.
16. ……..… três dias que não o vejo.
17. ……..…vezes iam passear.
18. ……..… que concluir o trabalho!
19. Aproximou-se ……..… socapa.
20. O Gabriel ……..…-de ser um bom cantor!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Ortografia - III (acentuação)
Relembra, primeiro, as regras de acentuação gráfica:
1.Palavras agudas (aquelas em que a sílaba tónica é a última). Levam acento as:
a)terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s (pá, pás, café, cafés, lê, lês, avó, avós);
c)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual eles não formam ditongo (sa-í, sa-ís, ba-ú, ba-ús);
d)terminadas nos ditongos abertos éu, éi e ói, seguidos ou não de s (chapéu, chapéus, anéis, anzóis, constrói);
e)terminadas em em ou ens se tiverem mais de uma sílaba (porém, parabéns).
2. Palavras graves (aquelas em que a sílaba tónica é a penúltima). Levam acento as:
a)terminadas em n, l, r, ou x (hífen, amável, açúcar, tórax)
b)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s (lápis, júri, Vénus, túneis, fôsseis)
c)terminadas em sons nasais (um, uns, ão, ãos...) seguidos ou não de s (álbum, álbuns, órfão, órgão)
d)que têm na sílaba tónica o ditongo ói, excepto boina, comboio e dezoito (heróico)
e)que têm na sílaba tónica um i ou um u, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual não fazem ditongo (saía, saída, conteúdo, miúdo, egoísta, juízes). Excepções: palavras como Coimbra, saindo, sairdes, rainha.
3. Palavras esdrúxulas (aquelas em que a sílaba tónica é a antepenúltima). Todas elas possuem acento.
Trabalho: colocar o acento, correctamente, nas palavras que dele necessitem, e, à frente, indicar que regra foi aplicada (1.a; 2.c; 3; etc.)
HALITO - hálito (3);
ANEL
ANEIS
ORFÃ
FACIL
ABDOMEN
RUIM
ANGULO
DISTINTIVO
EGOISMO
INICIADO
DEVESSEMOS
HINO
IDOLO
AMENDOA
ORGÃO
GABRIEL
CONSTITUIR
UTIL
VEJAIS
TENIS
AVENTURA
TUNEL
TUNEIS
PARTIRAMOS
PASSADO
FACILMENTE
ULTIMO
CADAVER
GENERO
GENEROSO
JUIZ
EXPERIENCIA
BENÇÃO
LIÇAO
PROBLEMATICA
DISTRAIDO
MOINHO
SAIRDES
LAGRIMA
PRECISASSE
TROUXERAM
AMAVELMENTE
CAISSE
ARRANHA-CEUS
DISTANTE
ALGUEM
HISTORICO
GIRASSOL
CLARABOIA
COMBOIO
REPRESENTANTE
PAU
NUVEM
PASSARO
ALVARO
LUIS
RAIZ
RAIZES
DEVIAMOS
TENS
OBTENS
PEROLA
IMPAR
FIZESTE
ALCACER DO SAL
SERPA
A NOTICIA
CANÇAO
DEZOITO
PEUGAS
PONTAPES
RESIDENCIAL
1.Palavras agudas (aquelas em que a sílaba tónica é a última). Levam acento as:
a)terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s (pá, pás, café, cafés, lê, lês, avó, avós);
c)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual eles não formam ditongo (sa-í, sa-ís, ba-ú, ba-ús);
d)terminadas nos ditongos abertos éu, éi e ói, seguidos ou não de s (chapéu, chapéus, anéis, anzóis, constrói);
e)terminadas em em ou ens se tiverem mais de uma sílaba (porém, parabéns).
2. Palavras graves (aquelas em que a sílaba tónica é a penúltima). Levam acento as:
a)terminadas em n, l, r, ou x (hífen, amável, açúcar, tórax)
b)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s (lápis, júri, Vénus, túneis, fôsseis)
c)terminadas em sons nasais (um, uns, ão, ãos...) seguidos ou não de s (álbum, álbuns, órfão, órgão)
d)que têm na sílaba tónica o ditongo ói, excepto boina, comboio e dezoito (heróico)
e)que têm na sílaba tónica um i ou um u, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual não fazem ditongo (saía, saída, conteúdo, miúdo, egoísta, juízes). Excepções: palavras como Coimbra, saindo, sairdes, rainha.
3. Palavras esdrúxulas (aquelas em que a sílaba tónica é a antepenúltima). Todas elas possuem acento.
Trabalho: colocar o acento, correctamente, nas palavras que dele necessitem, e, à frente, indicar que regra foi aplicada (1.a; 2.c; 3; etc.)
HALITO - hálito (3);
ANEL
ANEIS
ORFÃ
FACIL
ABDOMEN
RUIM
ANGULO
DISTINTIVO
EGOISMO
INICIADO
DEVESSEMOS
HINO
IDOLO
AMENDOA
ORGÃO
GABRIEL
CONSTITUIR
UTIL
VEJAIS
TENIS
AVENTURA
TUNEL
TUNEIS
PARTIRAMOS
PASSADO
FACILMENTE
ULTIMO
CADAVER
GENERO
GENEROSO
JUIZ
EXPERIENCIA
BENÇÃO
LIÇAO
PROBLEMATICA
DISTRAIDO
MOINHO
SAIRDES
LAGRIMA
PRECISASSE
TROUXERAM
AMAVELMENTE
CAISSE
ARRANHA-CEUS
DISTANTE
ALGUEM
HISTORICO
GIRASSOL
CLARABOIA
COMBOIO
REPRESENTANTE
PAU
NUVEM
PASSARO
ALVARO
LUIS
RAIZ
RAIZES
DEVIAMOS
TENS
OBTENS
PEROLA
IMPAR
FIZESTE
ALCACER DO SAL
SERPA
A NOTICIA
CANÇAO
DEZOITO
PEUGAS
PONTAPES
RESIDENCIAL
Assinar:
Postagens (Atom)