quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ficha Formativa (Batalha de Aljubarrota)


Lê atentamente o episódio da Batalha de Aljubarrota (páginas 154-157 do manual).

I — Interpretação Textual
1. Comenta os efeitos do sinal da trombeta Castelhana (est. 28, v. 1) na natureza e nas pessoas.

2. Analisa a estrofe 31 a nível estilístico.

3. Analisa a técnica utilizada na descrição da batalha.

4. Caracteriza as forças militares em confronto.

5. Demonstra o empenhamento do narrador em glorificar os Portugueses.

6. As estrofes 32 e 33 referem um facto que não abona em favor dos Portugueses. Explica esta afirmação.

7. Explica, por palavras tuas, a estrofe 44.

8. Comenta as diferentes atitudes de D. João I e de Nuno Álvares Pereira, referidas na estrofe 45.

9. Embora a epopeia não seja uma obra de história, o narrador deste episódio é fiel à realidade.
Documenta esta afirmação, citando alguns exemplos em que o relato épico coincida com o relato histórico.

II — Funcionamento da Língua
1. Reescreve os seguintes versos, colocando as palavras pela ordem normal:
a. «Deu sinal a trombeta Castelhana, / Horrendo, fero, ingente e temeroso;» (est. 28, vv. 1-2)

b. «Com ofertas, despois, e romarias, / As graças deu a Quem lhe deu vitória.» (est. 45, vv. 3-4)

2. A trombeta castelhana tinha dado o sinal.
2.1. Reescreve esta frase na voz passiva.

3. Classifica a oração destacada nestes dois versos:
E as mães que o som terribil escuitaram / Aos peitos os filhinhos apertaram.» (est. 45, vv. 7-8)

4. «Já pelo espesso ar os estridentes / Farpões, setas e vários tiros voam;» (est. 31, vv. 1-2)
4.1. Faz a análise sintáctica da frase simples que constitui estes dois versos.

5. «Encobrem no profundo peito a dor» (est. 43, v. 5)
A palavra «dor» provém do étimo latino dolore(m).
5.1. Indica os fenómenos fonéticos que se verificaram na evolução da forma latina para a portuguesa:
dolore- > dolor > door > dor
5.2. Forma um adjectivo e um advérbio, a partir do étimo de «dor».

6. Transforma em frases complexas os pares de frases simples a seguir apresentados, utilizando as conjunções ou locuções conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses.
Faz as alterações necessárias à correcção das frases.

a. Todos queriam lutar. / Eles não tinham armas.
(conjunção ou locução subordinativa concessiva)

b. A espera foi muito longa. / Deixei-me dormir a meio.
(conjunção ou locução subordinativa consecutiva)

c. Não vou convosco à casa da Ana. / Eu e a Ana zangámo-nos.
(conjunção ou locução subordinativa causal)

d. Partimos de Lisboa às onze horas da manhã. / Podemos ainda almoçar em Aljubarrota.
(conjunção ou locução subordinativa condicional)

7. Completa as frases que se seguem com as formas convenientes dos verbos indicados entre parênteses

a. Pretérito perfeito do indicativo
Os soldados (encontrar-se) duas vezes.

b. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Os dois exércitos (sofrer) muitas baixas.

c. Pretérito imperfeito do conjuntivo (1.º verbo); condicional (2.º verbo).
Se os Castelhanos não (cometer) alguns erros tácticos, provavelmente (vencer) a batalha.

d. Pretérito imperfeito do indicativo
Aqueles homens (predispor-se) a dar a vida pela pátria.

CENÁRIOS DE RESPOSTA

I — Interpretação Textual
1. O poeta descreve o toque da trombeta castelhana que dá início ao combate. Para acentuar o carácter terrível deste sinal, são exagerados os seus efeitos na natureza e nas pessoas.
Assim, o som é de tal forma desmedido que chega a ser ouvido em diversas regiões da Península Ibérica: desde o monte Artabro, passando pelo Douro, até à terra Transtagana. Esta hipérbole é reforçada pela personificação do Guadiana e do Tejo, que ficam assustados.
As mães apertam os filhos para os protegerem e os rostos dos beligerantes empalidecem perante o perigo iminente.

2. A visualização dos acontecimentos resulta da utilização de vários recursos estilísticos, designadamente a adjectivação expressiva: «espesso ar», «estridentes farpões», «pés duros», «ardentes cavalos, «duras armas».
Os verbos, também muito expressivos, imprimem dinamismo à descrição da batalha: «voam», «treme», «espedaçam-se», «atroam».
Esta estrofe dá-nos a sensação de que estamos a assistir à própria batalha. Assim, as palavras onomatopaicas, como «estridentes» e «atroam», reproduzem o ruído da batalha, cujo efeito é reforçado pela repetição dos sons (p), (t), (s), (f), (v), (r) e pelas sonoridades nasais que abundam ao longo de toda a estrofe.

3. Para realçar os perigos da guerra e a grandeza dos comportamentos, predomina na descrição o tom hiperbólico, como se verifica na estrofe 28, em que se descrevem os efeitos do sinal da trombeta castelhana na natureza e nas pessoas.
O presente histórico confere actualidade e contribui para a veracidade do episódio: «Começa-se a travar a incerta guerra» (est. 30, v. 1).
É na estrofe 31 que se acentua o visualismo, o realismo e o carácter dinâmico da batalha, através da expressividade dos verbos e das aliterações que reproduzem o ruído da batalha.

4. Acentua-se, logo no início, o forte poder guerreiro do exército castelhano, «duro imigo» (est. 29, v. 6), através da caracterização do sinal da trombeta — «horrendo, fero, ingente, temeroso» (est. 28, v. 2). Este poder contrapõe-se ao carácter minoritário do exército português, «a pouca gente do fero Nuno» (est. 31, vv. 7-8). No entanto, «o furor de ofender ou vencer» (est. 29, vv. 5-6) prevalece nas hostes portuguesas.

5. O elogio dos Portugueses é conseguido através das referências, por um lado, ao valor e ao número dos adversários, por outro, aos actos de bravura do exército português.
De facto, na estrofe 28, evidencia-se o forte poder guerreiro dos Castelhanos, através da descrição hiperbólica dos efeitos do sinal da trombeta e, na estrofe 34, realça-se a sua superioridade numérica: «Tantos dos inimigos a eles vão» (v. 2). Esta valorização do adversário é uma forma de glorificar os Portugueses. Estes manifestam, ao longo de toda a acção, um comportamento heróico, salientando-se a figura de Nuno Álvares Pereira (est. 30, vv. 5-8).

6. Nestas estrofes, faz-se referência à traição de dois irmãos de Nuno Álvares Pereira, D. Diogo e D. Pedro, que combatem no exército castelhano, contra a sua pátria e contra o seu irmão. Em seguida, o poeta dá exemplos de militares que, na Antiguidade, pegaram também em armas contra a pátria.

7. Os Castelhanos, tristes pela derrota sofrida e pela desonra da vitória dos adversários, fazem algumas reflexões sobre a guerra. Através das imprecações proferidas pelos vencidos, nota-se a sua revolta não só contra a guerra, mas também contra a ambição desmedida do seu rei.

8. Enquanto que D. João I ficou a festejar a vitória e a agradecer a Deus, durante os três dias habituais, Nuno Álvares Pereira, que só pretendia a glória da guerra, passou além do Tejo.

9. Camões considera Nuno Álvares Pereira o protagonista desta batalha, salientando a sua coragem e o seu patriotismo: «Logo o grande Pereira, em quem se encerra / Todo o valor, primeiro se assinala» (est. 30, vv. 5-6). De facto o Condestável teve uma acção decisiva, quer na escolha do local, quer na iniciativa de abrir fossos onde muitos castelhanos iriam sucumbir.
No que diz respeito à caracterização dos exércitos, Camões realça a desproporção numérica: «Recrecem os imigos sobre a pouca / Gente do fero Nuno que os apouca» (est. 31, vv. 7-8). Efectivamente, o exército castelhano era muito mais numeroso e poderoso do que as tropas portuguesas.
Neste episódio, Camões denuncia a traição dos dois irmãos de Nuno Álvares Pereira à causa de D. João I: «Dizei-lhe que também dos Portugueses / Alguns tredores houve algũas vezes» (est. 33, vv. 7-8). Na realidade, D. Diogo e D. Pedro combateram no exército de Castela, lutando contra a pátria e contra o irmão.
Finalmente, anuncia-se a derrota dos Castelhanos: «A sublime bandeira Castelhana / Foi derribada aos pés da Lusitana» (est. 41, vv. 7-8). O exército castelhano sofreu muitas baixas, os peões dispersaram-se em pânico: «Já as costas dão e as vidas» (est. 42, v. 5) e o Rei de Castela foge para Santarém: «O campo vai deixando ao vencedor, / Contente de lhe não deixar a vida» (est. 43, vv. 1-2).

II — Funcionamento da Língua
1.
a. A trombeta castelhana deu sinal horrendo, fero, ingente e temeroso.
b. De(s)pois, com ofertas e romarias, deu as graças a Quem lhe deu vitória.

2.1. O sinal tinha sido / havia sido / fora dado pela trombeta castelhana.

3. É uma oração subordinada relativa restritiva.

4.1.
Já – complemento circunstancial de tempo;
pelo espesso ar – complemento circunstancial de lugar / espesso – atributo;
os estridentes farpões, setas e vários tiros – sujeito (composto);
voam – predicado (verbal). Nota: o verbo é intransitivo.

5.1.
dolore- > dolor – apócope do e;
dolor > door – síncope do l;
door > dor – contracção (crase) dos dois “o”.
5.2. A partir do mesmo étimo, podemos formar os adjectivos «doloroso», «indolor», «dolorido»; e o advérbio de modo «dolorosamente».

6.
a. Todos queriam lutar, embora / ainda que não tivessem armas. [ou] Embora / ainda que não tivessem armas, todos queriam lutar.
b. A espera foi tão longa que me deixei dormir a meio. [ou] A espera foi muito longa, de maneira que me deixei dormir a meio.
c. Não vou convosco à casa da Ana porque / uma vez que / já que (eu e ela) / (eu e a Ana) / (nós) nos zangámos.
d. Se (nós) partirmos de Lisboa às onze horas da manhã, podemos ainda almoçar em Aljubarrota. [ou] Podemos ainda almoçar em Aljubarrota, se partirmos de Lisboa às onze horas da manhã.

7.
a. Os soldados encontraram-se duas vezes.
b. Os dois exércitos tinham sofrido / haviam sofrido / sofreram muitas baixas.
c. Se os Castelhanos não cometessem alguns erros tácticos, provavelmente venceriam a batalha.
d. Os homens predispunham-se a dar a vida pela pátria.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Conteúdos para a Ficha de Avaliação

Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º A (29 de Abril)/9.º B (27 de Abril)

  • TEXTO(S) EM ANÁLISE: excerto de Os Lusíadas; texto correlacionado tematicamente.

  • CONTEÚDOS TEMÁTICOS: contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).
  • TÉCNICAS TEXTUAIS: notícia (p. 19 M); entrevista (p. 20 M); banda desenhada; texto publicitário; instruções; carta de reclamação (p. 20 M); texto dramático (p. 112 M); biobibliografia p. 19 M); regulamento (p. 20 M); acta (FI).
  • FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: história da língua (pp. 22-44 M/FI); formação de palavras (p. 260 M, CA); derivação imprópria (p. 260 M, CA); figuras de estilo (pp. 271-272 M); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); funções sintácticas/elementos da oração (pp. 261-265 M); determinantes e pronomes (pp. 245-246 e 254-255 M, CA); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); verbo (pp. 249-255 M, CA); conjunções e locuções conjuncionais (pp. 258 M, CA); frase complexa (pp. 267-268M, CA); conjugação perifrástica (p.256 M, pp. 25-26 CA); concordância do verbo com o sujeito (pp. 265-266 M, CA).