domingo, 14 de junho de 2009

Informações sobre o exame de Língua Portuguesa















1. Introdução

[...]
Esta informação dá a conhecer, aos diversos intervenientes no processo de exames, o objecto de avaliação, a estrutura e as características da prova, os critérios gerais de classificação, o material a utilizar e a duração da prova.
As informações sobre o exame apresentadas neste documento não dispensam a consulta da
legislação referida e do Programa da disciplina.
As provas de exame desta disciplina, realizadas nas duas chamadas dos exames nacionais de anos anteriores, e que podem ser consultadas em www.gave.min-edu.pt, exemplificam, de um modo geral, os tipos de itens das provas a realizar em 2009 e, por conseguinte, complementam a presente informação.
Esta informação deve ser dada a conhecer aos alunos, e com eles deve ser analisada, para que fiquem devidamente informados sobre as características da prova de exame nacional que irão realizar.
Importa ainda referir que, nas provas de exame desta disciplina, o grau de exigência
decorrente do enunciado dos itens e o grau de aprofundamento evidenciado nos critérios de classificação estão balizados pelo respectivo Programa e são adequados ao nível de ensino a que o exame diz respeito e ao escalão etário dos examinandos.

2. Objecto de avaliação
A prova de exame tem por referência o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais e o Programa de Língua Portuguesa em vigor.
A prova desta disciplina avalia as competências, enquadradas em domínios, e os conteúdos a elas associados, no âmbito do Programa da disciplina para o 3.º ciclo do Ensino Básico. As competências enunciadas foram seleccionadas e formuladas no sentido de serem passíveis de avaliação em prova escrita de duração limitada.
Das obras para Leitura Orientada relativas ao 9.º ano de escolaridade, podem ser objecto de avaliação as que se constituem como corpus obrigatório, de acordo com as orientações do Programa. Se a prova incluir itens que incidam sobre conhecimento de obras apresentadas em alternativa no Programa, são propostas tantas opções quantas as necessárias para garantir equivalência de circunstâncias a todos os examinandos.
Nos itens da prova relativos ao Funcionamento da Língua, são usados termos comuns ao
Programa, ao Currículo Nacional do Ensino Básico e à Terminologia Linguística para os
Ensinos Básico e Secundário. Os alunos podem usar termos das diferentes terminologias
constantes nestes documentos.

A) Domínios e Competências
LEITURA E ESCRITA

• Reconstrução do significado de textos em função da relevância e da hierarquização das suas unidades informativas;
• Avaliação do significado e da intencionalidade de mensagens em discursos variados;
• Relacionação de textos com contextos de produção;
• Domínio de estratégias que permitem desfazer ambiguidades, deduzir sentidos implícitos e reconhecer usos figurativos;
• Organização e correcção da expressão escrita.

FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA
• Conhecimento sistematizado da estrutura e do uso do Português padrão.

ESCRITA
• Domínio do processo de escrita, no seu uso multifuncional.

B) Conteúdos
LEITURA ORIENTADA
• Texto narrativo;
• Texto poético;
• Texto dramático;
• Outros textos.

FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA• Texto;
• Estrutura da frase;
• Classes de palavras;
• Relações entre palavras;
• Processos de enriquecimento do léxico;
• Processos fonéticos;
• Modos de representação do discurso;
• Pontuação;
• Ortografia.

ESCRITA PARA APROPRIAÇÃO DE TÉCNICAS E DE MODELOS
• Planificação, construção e apresentação de texto.

3. Caracterização da prova
A prova apresenta três grupos de itens.
No Grupo I, avaliam-se competências nos domínios da Leitura e da Escrita. Este grupo inclui três textos e nele são usados itens de resposta fechada e itens de resposta aberta. Nos itens de resposta aberta, avaliam-se, simultaneamente, a leitura e a expressão escrita.
O Texto A constitui o suporte de itens em que se privilegia a avaliação de competências de leitura de textos de carácter informativo, através de itens de resposta fechada. Pontuação: 16 a 18 pontos.
O Texto B, narrativo, poético ou dramático, constitui o suporte de itens em que se privilegia a avaliação de competências dos domínios da Leitura e da Escrita, através de itens de resposta aberta e de itens de resposta fechada. Pontuação: 20 a 24 pontos.
O Texto C, que pertence ao corpus obrigatório das obras para Leitura Orientada do 9.º ano, ou que com este estabelece ligação, constitui o suporte de itens em que se privilegia, igualmente, a avaliação de competências dos domínios da Leitura e da Escrita, sendo esta avaliação realizada através de um item de resposta aberta extensa orientada (de 70 a 100 palavras). Pontuação: 10 a 12 pontos.
No Grupo II, avaliam-se competências do domínio do Funcionamento da Língua, através de itens de resposta fechada e de itens de resposta aberta.
O Grupo III, que avalia competências do domínio da Escrita, é constituído por um item de resposta aberta extensa. Este item é orientado no que respeita à tipologia textual, ao tema e à extensão (de 180 a 240 palavras).

[...]

4. Critérios gerais de classificação da prova
As classificações a atribuir às respostas são expressas em números inteiros e resultam da
aplicação dos critérios gerais e específicos de classificação.
A classificação das provas nas quais se apresente, pelo menos, uma resposta escrita
integralmente em maiúsculas é sujeita a uma desvalorização de três pontos.
As respostas que se revelem ilegíveis são classificadas com zero pontos.

ITENS DE RESPOSTA FECHADA
Itens de resposta fechada de escolha múltipla
Não há lugar a classificações intermédias. A cotação total do item é atribuída às respostas que
apresentam de forma inequívoca a única alternativa correcta.
São classificadas com zero pontos as respostas em que:
– é apresentada uma alternativa incorrecta;
– é assinalada mais do que uma alternativa.

Itens de resposta fechada curta
A classificação é atribuída de acordo com os elementos de resposta solicitados e apresentados.

Itens de resposta fechada de verdadeiro/falso
A cotação total do item é atribuída às respostas que identifiquem correctamente todas as
afirmações, de acordo com a respectiva chave de resposta.
São classificadas com zero pontos as respostas em que pelo menos uma das afirmações é
identificada de forma incorrecta, de acordo com a respectiva chave de resposta.
Não há lugar a classificações intermédias.

Itens de resposta fechada de completamento
A classificação é atribuída de acordo com o nível de desempenho. Considera-se incorrecto
qualquer completamento de um único espaço com mais do que um elemento da chave
(excepto se a formulação do item o permitir).

Itens de resposta fechada de transformação
A cotação total do item só é atribuída às respostas em que a transformação apresentada está
integralmente correcta.
São classificadas com zero pontos as respostas em que:
– é apresentada uma transformação incorrecta;
– é omitido pelo menos um dos elementos da transformação solicitada.

Itens de resposta fechada de associação/correspondência
A classificação é atribuída de acordo com o nível de desempenho. Considera-se incorrecta
qualquer associação/correspondência que relacione um elemento de um dado conjunto com
mais do que um elemento do outro conjunto.

Itens de resposta fechada de ordenamento
A cotação total do item só é atribuída às respostas em que a sequência apresentada está
integralmente correcta e completa.
São classificadas com zero pontos as respostas em que:
– é apresentada uma sequência incorrecta;
– é omitido pelo menos um dos elementos da sequência solicitada.

ITENS DE RESPOSTA ABERTA
Os critérios de classificação dos itens de resposta aberta apresentam-se organizados por níveis
de desempenho. A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação.
Os descritores de níveis de desempenho da produção escrita (Grupo III) integram os seguintes
parâmetros: tema e tipologia; coerência e pertinência da informação; estrutura e coesão;
morfologia e sintaxe; repertório vocabular; ortografia.

5. Material a utilizar e material não autorizado
O examinando apenas pode usar, como material de escrita, caneta ou esferográfica de tinta
indelével, azul ou preta.
As respostas são registadas em folha própria, modelo do ME, fornecida pelo estabelecimento
de ensino.
Não é permitido o uso de dicionário.
Não é permitido o uso de corrector.

6. Duração da prova
A prova de exame tem a duração de 90 minutos, a que acresce a tolerância de 30 minutos.

domingo, 31 de maio de 2009

Ficha Formativa sobre o conto "A Aia"

Lê com atenção o excerto do conto "A Aia", de Eça de Queirós.

No entanto, um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem de rapina, que errava no cimo das serras, descera à planície com a sua horda, e já através de casais e aldeias felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes. Nas atalaias ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca não governa como uma espada. Toda a nobreza fiel perecera na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura, como se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela que nenhuma audácia pode transpor.
Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas...

Eça de Queirós, «A Aia», in Contos


1. Localiza o excerto no conto.
2. Apresenta o assunto do texto.
3. Recorrendo ao manual, indica a acção que sucede ao texto transcrito.
3.1. Justifica a importância da mesma acção.
3.2. Indica o que provocou toda esta situação.
4. Refere os modos de representação do discurso presentes no texto, justificando a tua resposta.
(Em caso de dúvida, consulta a página 218 do manual.)
5. Identifica a referência temporal presente no excerto.
5.1. Indica outras acções importantes no conto que tenham a mesma referência temporal.
6. Apresenta os informantes espaciais existentes no excerto e conclui acerca deles.
7. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase: «Uma roca não governa como uma espada.»
8. «Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre as lajes como um fardo.»
8.1. Transforma o seguinte excerto numa oração subordinada temporal: «Depois houve um gemido [...]».
8.2. Analisa sintacticamente a oração transcrita em 8.1.
8.3. Identifica a subclasse do verbo (transitivo/intransitivo).
8.4. Classifica morfologicamente as palavras a negrito.
9. Retira do texto exemplos de três figuras de estilo.

SOLUÇÕES
1. Este excerto situa-se no desenvolvimento, parte da acção em que são narradas as peripécias.
2. No primeiro parágrafo, o narrador realça o medo que reinava no palácio, não só por ser governado por uma mulher, mas também pela ameaça do tio bastardo; no segundo, destaca o pressentimento de que algo de grave ia acontecer.
3. Temendo pela vida do pequeno príncipe, a aia trocou as crianças, colocando o príncipe no berço de verga e o seu filho no berço de marfim.
3.1. Ao expor o seu filho à morte, a ama salva o pequeno príncipe e, consequentemente, o seu reino.
3.2. Esta situação foi desencadeada pelo tio bastardo, que, levado pela ganância e crueldade, atacou o palácio.
4. No primeiro parágrafo, predomina a descrição, uma vez que a maioria dos verbos se encontram no pretérito imperfeito («enchia», «reinava», «ardiam», «faltava»), avançando a história mais lentamente. No segundo parágrafo, a dinâmica da narrativa altera-se pela sucessão rápida de acontecimentos, bem patente na utilização abundante de verbos no pretérito perfeito («adivinhou», «sentiu», «escutou», «houve», «descerrou», «avistou»).
5. A referência temporal está presente no início do segundo parágrafo — «uma noite».
5.1. Os acontecimentos mais relevantes decorrem durante a noite, nomeadamente a partida do rei e o nascimento das duas crianças.
6. No texto, estabelece-se uma clara oposição entre o palácio — espaço interior onde se concentra a acção e que está agora à mercê do irmão do rei — e o exterior, dominado pela horda que descera das serras — local alto e de vigia — para atacar as populações que viviam na planície.
7. A roca está associada ao trabalho feminino, simbolizando, neste contexto, a mulher que agora governava o reino, isto é, a rainha. A espada, por seu turno, é um símbolo da bravura e da virilidade, representando o rei que morrera. Através desta comparação, o narrador pretende dizer-nos que a rainha não possuía as mesmas capacidades governativas que o seu esposo, nomeadamente num momento crítico como aquele que então se vivia no palácio, uma vez que o irmão bastardo do rei se preparava para o atacar.
8.
8.1. Quando/Logo que/Assim que houve um gemido…
8.2. «Depois» — complemento circunstancial de tempo.
«houve um gemido» — predicado (verbal).
«um gemido» — complemento directo.
Nota: o sujeito é inexistente, uma vez que o verbo «haver» tem o sentido de «existir».
8.3. O verbo é transitivo directo.
8.4. «tombando» — verbo «tombar» no gerúndio (forma nominal); «molemente» — advérbio de modo; «sobre» — preposição simples; «as» — determinante artigo definido, feminino do plural.
9. Enumeração — «E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas […]; dupla adjectivação — «[…] corriam passos pesados e rudes […]; comparação — «Uma roca não governa como uma espada.»

quinta-feira, 28 de maio de 2009














Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º A (5 de Junho) / 9.º B (4 de Junho)

  • TEXTO(S) EM ANÁLISE: excerto de Os Lusíadas; excerto do conto "A Aia".

  • CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
    Os Lusíadas
    contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).
    "A Aia"
    biografia do autor; estrutura do conto/organização das sequências narrativas (FF); texto narrativo/categorias da narrativa (pp. 217-218 M).

  • TÉCNICAS TEXTUAIS: notícia (p. 19 M); entrevista (p. 20 M); banda desenhada; texto publicitário; instruções; carta de reclamação (p. 20 M); texto dramático (p. 112 M); biobibliografia p. 19 M); regulamento (p. 20 M); acta (FI).

  • FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: história da língua (pp. 22-44 M/FI); formação de palavras (p. 260 M, CA); derivação imprópria (p. 260 M, CA); figuras de estilo (pp. 271-272 M); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); funções sintácticas/elementos da oração (pp. 261-265 M); determinantes e pronomes (pp. 245-246 e 254-255 M, CA); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); verbo (pp. 249-255 M, CA); conjunções e locuções conjuncionais (pp. 258 M, CA); frase complexa (pp. 267-268M, CA); conjugação perifrástica (p.256 M, pp. 25-26 CA); concordância do verbo com o sujeito (pp. 265-266 M, CA); discurso directo, discurso indirecto e discurso indirecto livre (pp. 268-269 M, pp. 55-58 CA).
  • terça-feira, 12 de maio de 2009

    Ortografia I (ão/am)

    Ortografia 1

    ão/am

    Este ditongo apresenta duas grafias:
    • nos verbos emprega-se
    -ão em sílaba tónica: estarão
    -am em sílaba átona: estavam
    • nas restantes classes de palavras (nomes, adjectivos, etc.), emprega-se sempre -ão: coração, irmão, órgão, bênção.
    Em resumo: a grafia -am só se emprega nas sílabas átonas de formas verbais.


    1. Completa adequadamente:
    a. Eles er.......... irm.........., mas n.......... er.......... nada parecidos.
    b. Ontem, chegar.......... tarde; amanhã, chegar.......... a horas.
    c. No sót.......... lá de casa, a crianças encontr.......... de tudo um pouco.
    d. Quando descer.......... as escadas, agarrar..........-se bem ao corrim.......... .
    e. Este órg.......... tem um som óptimo; os que o escutar.........., ficar.......... encantados.
    f. O c.......... do capit.......... é ferocíssimo.
    g. Quando chegar.........., comer.......... do que havia.
    h. Esta noite dormir.......... pouco; amanhã dormir.......... mais.
    i. O irm.......... e a irmã n.......... quiser.......... aceitar a sugestão dos pais.
    j. N.......... sejas t.......... antipático, sen.......... os amigos fugir.......... de ti.
    k. As aulas começar.......... em Setembro; em Julho começar.......... as férias.
    l. A vossa participaç.......... e motivaç.......... durante a última liç.......... entusiasmar.......... o professor.

    Ortografia II (há / à / ah)

    — 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo «haver».
    (Noutros tempos verbais: havia, houve, haverá…)
    à — contracção da preposição «a» com o determinante artigo definido «a»; no plural: às.
    ah — interjeição (surpresa, dor, alegria…).

    Exemplos:

    • pessoas muitos distraídas. / Ele -de vir cá.
    • Ontem fui à praia. / Comprei uma camisola às riscas.
    • Ah, finalmente chegaste!

      1. No nosso planeta ……..… muita poluição.
      2. A Rita foi ……..… feira e volta mais tarde.
      3. ……..… ! Esta é que é a Maria?
      4. Temos que ir ao supermercado, não ……..… pão nem queijo em casa.
      5. Os alunos estão a jogar ……..… bola.
      6. Ela esteve ……..… porta da sala, mas decidiu não entrar.
      7. ……..…! Que bom! Vou com o meu pai ao futebol.
      8. Naquele estabelecimento ……..… de tudo.
      9. Ontem fomos jantar ……..… Costa da Caparica.
      10. Queremos lanchar e já não ……..… bolos nem rissóis no bufete.
      11. ……..… dois anos, participei nas Olimpíadas de Matemática.
      12. Eles estiveram na praia até ……..… hora do almoço.
      13. ……..… uma da tarde, encontrar-nos-emos no local combinado.
      14. ……..… uma hora que aqui estou.
      15. Amanhã, ele ……..…-de voltar.
      16. ……..… três dias que não o vejo.
      17. ……..…vezes iam passear.
      18. ……..… que concluir o trabalho!
      19. Aproximou-se ……..… socapa.
      20. O Gabriel ……..…-de ser um bom cantor!

    segunda-feira, 4 de maio de 2009

    Ortografia - III (acentuação)

    Relembra, primeiro, as regras de acentuação gráfica:
    1.Palavras agudas (aquelas em que a sílaba tónica é a última). Levam acento as:
    a)terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s (pá, pás, café, cafés, lê, lês, avó, avós);
    c)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual eles não formam ditongo (sa-í, sa-ís, ba-ú, ba-ús);
    d)terminadas nos ditongos abertos éu, éi e ói, seguidos ou não de s (chapéu, chapéus, anéis, anzóis, constrói);
    e)terminadas em em ou ens se tiverem mais de uma sílaba (porém, parabéns).

    2. Palavras graves (aquelas em que a sílaba tónica é a penúltima). Levam acento as:
    a)terminadas em n, l, r, ou x (hífen, amável, açúcar, tórax)
    b)terminadas em i ou u, seguidos ou não de s (lápis, júri, Vénus, túneis, fôsseis)
    c)terminadas em sons nasais (um, uns, ão, ãos...) seguidos ou não de s (álbum, álbuns, órfão, órgão)
    d)que têm na sílaba tónica o ditongo ói, excepto boina, comboio e dezoito (heróico)
    e)que têm na sílaba tónica um i ou um u, se antes do i ou do u há uma vogal com a qual não fazem ditongo (saía, saída, conteúdo, miúdo, egoísta, juízes). Excepções: palavras como Coimbra, saindo, sairdes, rainha.

    3. Palavras esdrúxulas (aquelas em que a sílaba tónica é a antepenúltima). Todas elas possuem acento.

    Trabalho: colocar o acento, correctamente, nas palavras que dele necessitem, e, à frente, indicar que regra foi aplicada (1.a; 2.c; 3; etc.)

    HALITO - hálito (3);
    ANEL
    ANEIS
    ORFÃ
    FACIL
    ABDOMEN
    RUIM
    ANGULO
    DISTINTIVO
    EGOISMO
    INICIADO
    DEVESSEMOS
    HINO
    IDOLO
    AMENDOA
    ORGÃO
    GABRIEL
    CONSTITUIR
    UTIL
    VEJAIS
    TENIS
    AVENTURA
    TUNEL
    TUNEIS
    PARTIRAMOS
    PASSADO
    FACILMENTE
    ULTIMO
    CADAVER
    GENERO
    GENEROSO
    JUIZ
    EXPERIENCIA
    BENÇÃO
    LIÇAO
    PROBLEMATICA
    DISTRAIDO
    MOINHO
    SAIRDES
    LAGRIMA
    PRECISASSE
    TROUXERAM
    AMAVELMENTE
    CAISSE
    ARRANHA-CEUS
    DISTANTE
    ALGUEM
    HISTORICO
    GIRASSOL
    CLARABOIA
    COMBOIO
    REPRESENTANTE
    PAU
    NUVEM
    PASSARO
    ALVARO
    LUIS
    RAIZ
    RAIZES
    DEVIAMOS
    TENS
    OBTENS
    PEROLA
    IMPAR
    FIZESTE
    ALCACER DO SAL
    SERPA
    A NOTICIA
    CANÇAO
    DEZOITO
    PEUGAS
    PONTAPES
    RESIDENCIAL

    quinta-feira, 23 de abril de 2009

    Ficha Formativa (Batalha de Aljubarrota)


    Lê atentamente o episódio da Batalha de Aljubarrota (páginas 154-157 do manual).

    I — Interpretação Textual
    1. Comenta os efeitos do sinal da trombeta Castelhana (est. 28, v. 1) na natureza e nas pessoas.

    2. Analisa a estrofe 31 a nível estilístico.

    3. Analisa a técnica utilizada na descrição da batalha.

    4. Caracteriza as forças militares em confronto.

    5. Demonstra o empenhamento do narrador em glorificar os Portugueses.

    6. As estrofes 32 e 33 referem um facto que não abona em favor dos Portugueses. Explica esta afirmação.

    7. Explica, por palavras tuas, a estrofe 44.

    8. Comenta as diferentes atitudes de D. João I e de Nuno Álvares Pereira, referidas na estrofe 45.

    9. Embora a epopeia não seja uma obra de história, o narrador deste episódio é fiel à realidade.
    Documenta esta afirmação, citando alguns exemplos em que o relato épico coincida com o relato histórico.

    II — Funcionamento da Língua
    1. Reescreve os seguintes versos, colocando as palavras pela ordem normal:
    a. «Deu sinal a trombeta Castelhana, / Horrendo, fero, ingente e temeroso;» (est. 28, vv. 1-2)

    b. «Com ofertas, despois, e romarias, / As graças deu a Quem lhe deu vitória.» (est. 45, vv. 3-4)

    2. A trombeta castelhana tinha dado o sinal.
    2.1. Reescreve esta frase na voz passiva.

    3. Classifica a oração destacada nestes dois versos:
    E as mães que o som terribil escuitaram / Aos peitos os filhinhos apertaram.» (est. 45, vv. 7-8)

    4. «Já pelo espesso ar os estridentes / Farpões, setas e vários tiros voam;» (est. 31, vv. 1-2)
    4.1. Faz a análise sintáctica da frase simples que constitui estes dois versos.

    5. «Encobrem no profundo peito a dor» (est. 43, v. 5)
    A palavra «dor» provém do étimo latino dolore(m).
    5.1. Indica os fenómenos fonéticos que se verificaram na evolução da forma latina para a portuguesa:
    dolore- > dolor > door > dor
    5.2. Forma um adjectivo e um advérbio, a partir do étimo de «dor».

    6. Transforma em frases complexas os pares de frases simples a seguir apresentados, utilizando as conjunções ou locuções conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses.
    Faz as alterações necessárias à correcção das frases.

    a. Todos queriam lutar. / Eles não tinham armas.
    (conjunção ou locução subordinativa concessiva)

    b. A espera foi muito longa. / Deixei-me dormir a meio.
    (conjunção ou locução subordinativa consecutiva)

    c. Não vou convosco à casa da Ana. / Eu e a Ana zangámo-nos.
    (conjunção ou locução subordinativa causal)

    d. Partimos de Lisboa às onze horas da manhã. / Podemos ainda almoçar em Aljubarrota.
    (conjunção ou locução subordinativa condicional)

    7. Completa as frases que se seguem com as formas convenientes dos verbos indicados entre parênteses

    a. Pretérito perfeito do indicativo
    Os soldados (encontrar-se) duas vezes.

    b. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
    Os dois exércitos (sofrer) muitas baixas.

    c. Pretérito imperfeito do conjuntivo (1.º verbo); condicional (2.º verbo).
    Se os Castelhanos não (cometer) alguns erros tácticos, provavelmente (vencer) a batalha.

    d. Pretérito imperfeito do indicativo
    Aqueles homens (predispor-se) a dar a vida pela pátria.

    CENÁRIOS DE RESPOSTA

    I — Interpretação Textual
    1. O poeta descreve o toque da trombeta castelhana que dá início ao combate. Para acentuar o carácter terrível deste sinal, são exagerados os seus efeitos na natureza e nas pessoas.
    Assim, o som é de tal forma desmedido que chega a ser ouvido em diversas regiões da Península Ibérica: desde o monte Artabro, passando pelo Douro, até à terra Transtagana. Esta hipérbole é reforçada pela personificação do Guadiana e do Tejo, que ficam assustados.
    As mães apertam os filhos para os protegerem e os rostos dos beligerantes empalidecem perante o perigo iminente.

    2. A visualização dos acontecimentos resulta da utilização de vários recursos estilísticos, designadamente a adjectivação expressiva: «espesso ar», «estridentes farpões», «pés duros», «ardentes cavalos, «duras armas».
    Os verbos, também muito expressivos, imprimem dinamismo à descrição da batalha: «voam», «treme», «espedaçam-se», «atroam».
    Esta estrofe dá-nos a sensação de que estamos a assistir à própria batalha. Assim, as palavras onomatopaicas, como «estridentes» e «atroam», reproduzem o ruído da batalha, cujo efeito é reforçado pela repetição dos sons (p), (t), (s), (f), (v), (r) e pelas sonoridades nasais que abundam ao longo de toda a estrofe.

    3. Para realçar os perigos da guerra e a grandeza dos comportamentos, predomina na descrição o tom hiperbólico, como se verifica na estrofe 28, em que se descrevem os efeitos do sinal da trombeta castelhana na natureza e nas pessoas.
    O presente histórico confere actualidade e contribui para a veracidade do episódio: «Começa-se a travar a incerta guerra» (est. 30, v. 1).
    É na estrofe 31 que se acentua o visualismo, o realismo e o carácter dinâmico da batalha, através da expressividade dos verbos e das aliterações que reproduzem o ruído da batalha.

    4. Acentua-se, logo no início, o forte poder guerreiro do exército castelhano, «duro imigo» (est. 29, v. 6), através da caracterização do sinal da trombeta — «horrendo, fero, ingente, temeroso» (est. 28, v. 2). Este poder contrapõe-se ao carácter minoritário do exército português, «a pouca gente do fero Nuno» (est. 31, vv. 7-8). No entanto, «o furor de ofender ou vencer» (est. 29, vv. 5-6) prevalece nas hostes portuguesas.

    5. O elogio dos Portugueses é conseguido através das referências, por um lado, ao valor e ao número dos adversários, por outro, aos actos de bravura do exército português.
    De facto, na estrofe 28, evidencia-se o forte poder guerreiro dos Castelhanos, através da descrição hiperbólica dos efeitos do sinal da trombeta e, na estrofe 34, realça-se a sua superioridade numérica: «Tantos dos inimigos a eles vão» (v. 2). Esta valorização do adversário é uma forma de glorificar os Portugueses. Estes manifestam, ao longo de toda a acção, um comportamento heróico, salientando-se a figura de Nuno Álvares Pereira (est. 30, vv. 5-8).

    6. Nestas estrofes, faz-se referência à traição de dois irmãos de Nuno Álvares Pereira, D. Diogo e D. Pedro, que combatem no exército castelhano, contra a sua pátria e contra o seu irmão. Em seguida, o poeta dá exemplos de militares que, na Antiguidade, pegaram também em armas contra a pátria.

    7. Os Castelhanos, tristes pela derrota sofrida e pela desonra da vitória dos adversários, fazem algumas reflexões sobre a guerra. Através das imprecações proferidas pelos vencidos, nota-se a sua revolta não só contra a guerra, mas também contra a ambição desmedida do seu rei.

    8. Enquanto que D. João I ficou a festejar a vitória e a agradecer a Deus, durante os três dias habituais, Nuno Álvares Pereira, que só pretendia a glória da guerra, passou além do Tejo.

    9. Camões considera Nuno Álvares Pereira o protagonista desta batalha, salientando a sua coragem e o seu patriotismo: «Logo o grande Pereira, em quem se encerra / Todo o valor, primeiro se assinala» (est. 30, vv. 5-6). De facto o Condestável teve uma acção decisiva, quer na escolha do local, quer na iniciativa de abrir fossos onde muitos castelhanos iriam sucumbir.
    No que diz respeito à caracterização dos exércitos, Camões realça a desproporção numérica: «Recrecem os imigos sobre a pouca / Gente do fero Nuno que os apouca» (est. 31, vv. 7-8). Efectivamente, o exército castelhano era muito mais numeroso e poderoso do que as tropas portuguesas.
    Neste episódio, Camões denuncia a traição dos dois irmãos de Nuno Álvares Pereira à causa de D. João I: «Dizei-lhe que também dos Portugueses / Alguns tredores houve algũas vezes» (est. 33, vv. 7-8). Na realidade, D. Diogo e D. Pedro combateram no exército de Castela, lutando contra a pátria e contra o irmão.
    Finalmente, anuncia-se a derrota dos Castelhanos: «A sublime bandeira Castelhana / Foi derribada aos pés da Lusitana» (est. 41, vv. 7-8). O exército castelhano sofreu muitas baixas, os peões dispersaram-se em pânico: «Já as costas dão e as vidas» (est. 42, v. 5) e o Rei de Castela foge para Santarém: «O campo vai deixando ao vencedor, / Contente de lhe não deixar a vida» (est. 43, vv. 1-2).

    II — Funcionamento da Língua
    1.
    a. A trombeta castelhana deu sinal horrendo, fero, ingente e temeroso.
    b. De(s)pois, com ofertas e romarias, deu as graças a Quem lhe deu vitória.

    2.1. O sinal tinha sido / havia sido / fora dado pela trombeta castelhana.

    3. É uma oração subordinada relativa restritiva.

    4.1.
    Já – complemento circunstancial de tempo;
    pelo espesso ar – complemento circunstancial de lugar / espesso – atributo;
    os estridentes farpões, setas e vários tiros – sujeito (composto);
    voam – predicado (verbal). Nota: o verbo é intransitivo.

    5.1.
    dolore- > dolor – apócope do e;
    dolor > door – síncope do l;
    door > dor – contracção (crase) dos dois “o”.
    5.2. A partir do mesmo étimo, podemos formar os adjectivos «doloroso», «indolor», «dolorido»; e o advérbio de modo «dolorosamente».

    6.
    a. Todos queriam lutar, embora / ainda que não tivessem armas. [ou] Embora / ainda que não tivessem armas, todos queriam lutar.
    b. A espera foi tão longa que me deixei dormir a meio. [ou] A espera foi muito longa, de maneira que me deixei dormir a meio.
    c. Não vou convosco à casa da Ana porque / uma vez que / já que (eu e ela) / (eu e a Ana) / (nós) nos zangámos.
    d. Se (nós) partirmos de Lisboa às onze horas da manhã, podemos ainda almoçar em Aljubarrota. [ou] Podemos ainda almoçar em Aljubarrota, se partirmos de Lisboa às onze horas da manhã.

    7.
    a. Os soldados encontraram-se duas vezes.
    b. Os dois exércitos tinham sofrido / haviam sofrido / sofreram muitas baixas.
    c. Se os Castelhanos não cometessem alguns erros tácticos, provavelmente venceriam a batalha.
    d. Os homens predispunham-se a dar a vida pela pátria.

    quarta-feira, 22 de abril de 2009

    Conteúdos para a Ficha de Avaliação

    Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º A (29 de Abril)/9.º B (27 de Abril)

    • TEXTO(S) EM ANÁLISE: excerto de Os Lusíadas; texto correlacionado tematicamente.

    • CONTEÚDOS TEMÁTICOS: contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).
    • TÉCNICAS TEXTUAIS: notícia (p. 19 M); entrevista (p. 20 M); banda desenhada; texto publicitário; instruções; carta de reclamação (p. 20 M); texto dramático (p. 112 M); biobibliografia p. 19 M); regulamento (p. 20 M); acta (FI).
    • FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: história da língua (pp. 22-44 M/FI); formação de palavras (p. 260 M, CA); derivação imprópria (p. 260 M, CA); figuras de estilo (pp. 271-272 M); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); funções sintácticas/elementos da oração (pp. 261-265 M); determinantes e pronomes (pp. 245-246 e 254-255 M, CA); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); verbo (pp. 249-255 M, CA); conjunções e locuções conjuncionais (pp. 258 M, CA); frase complexa (pp. 267-268M, CA); conjugação perifrástica (p.256 M, pp. 25-26 CA); concordância do verbo com o sujeito (pp. 265-266 M, CA).

    quarta-feira, 11 de março de 2009

    Ficha formativa - O Consílio dos Deuses

    I — Interpretação Textual

    Lê as estrofes 19 a 42 do Canto I de Os Lusíadas. Em seguida responde, de forma completa e bem estruturada, ao questionário apresentado.

    1. A estrofe 19 dá início à Narração. Lê-a atentamente e identifica:
    · a acção que aí se enuncia,
    · as personagens envolvidas;
    · o espaço em que se situam.
    1.1. Sendo a Viagem o plano fulcral, porque não se inicia a narração com a partida das naus? (Se necessário, consulta a ficha informativa da página 188.)

    2. Na estância 20, começa o Consílio dos deuses no Olimpo.
    2.1. Repara nas referências temporais que introduzem as estrofes 19 e 20. O que te dizem quanto ao tempo em que se desenrolam os dois planos narrativos?

    3. Uma leitura atenta do episódio do Consílio dos Deuses (ests. 20-41) permite-te identificar todos os aspectos, de maior ou menor importância, desta reunião:
    3.1. Onde se realizou?
    3.2. Por quem foi convocada e presidida?
    3.3. Como se processou a convocatória dos participantes?
    3.4. Quem constituía esta assembleia?
    3.5. Qual o critério de distribuição dos membros pela sala?
    3.6. Qual o objectivo desta sessão do Consílio?
    3.7. Qual a decisão, previamente tomada, que Júpiter tem para anunciar à assembleia?
    3.8. Em que fundamenta essa sua decisão?
    3.9. Baco, apoiado por alguns deuses, constitui a força oponente aos desígnios de Júpiter. Que razões o movem?
    3.10. Vénus lidera as forças que apoiam (adjuvantes) a decisão de Júpiter. O que justifica esse apoio?
    3.11. Marte desempenha um papel fundamental no desenlace do conflito gerado entre as duas forças.
    · Que argumentos utiliza para convencer Júpiter a resolver de vez o conflito?
    · Que motivações não confessadas estarão na base da posição assumida pelo deus da guerra?
    3.12. Qual a deliberação final do Consílio?

    II — Funcionamento da Língua


    1. Transcreve deste episódio versos em que o poeta recorre à perífrase para referir: Mercúrio, Júpiter, o Oceano Índico, os poetas.

    2. Fazendo as alterações necessárias, substitui os segmentos destacados pela conjugação perifrástica, respeitando as ideias expressas nas frases e as indicações dadas.
    a. Baco apresentou os seus argumentos. (começar + infinitivo)
    b. Os portugueses navegavam perto de Moçambique. (ir + gerúndio)

    3. Transcreve e classifica a oração subordinada, em cada uma das frases apresentadas.
    a. Baco sabia que a sua proposta não seria aceite.
    b. Marte, que apoiava a proposta de Júpiter, pôs fim à discussão.
    c. Marte deu uma pancada tão forte, que o Sol perdeu um pouco da sua intensidade.
    d. Como Marte sentia uma antiga paixão por Vénus, não hesitou em apoiá-la.

    4. Baco discutia acaloradamente.
    Procedendo às alterações que consideres necessárias, acrescenta à frase uma oração:
    a. subordinada concessiva;
    b. coordenada adversativa.

    5. Júpiter, o pai dos deuses, deu o consílio por encerrado.
    5.1. Analisa sintacticamente a frase.
    5.2. Redige uma frase onde o adjectivo «encerrado» tenha a função de predicativo do sujeito.

    SOLUÇÕES
    I — Interpretação Textual


    1. A acção enunciada nesta estrofe é a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia. As personagens envolvidas, embora não estejam nomeadas, são os que «navegavam», os que «vão cortando as marítimas águas», ou seja, os navegadores portugueses. Não é especificado o local exacto em que se encontram, pois refere-se apenas que estão no «largo Oceano», mas presume-se, pela leitura da estrofe 42, que os portugueses estejam entre a costa sudeste africana e a ilha de Madagáscar.
    1.1. A narração não se inicia com a partida de Lisboa porque, de acordo com as normas da epopeia, esta parte da obra deve começar por um momento já avançado da acção.
    2. As referências temporais dadas por «já» e «quando» indicam que os dois planos narrativos — o mitológico e o da viagem — se desenrolam em simultâneo.

    3.1. O Consílio, ou a reunião dos deuses, realizou-se no Olimpo.
    3.2. A reunião foi convocada e presidida por Júpiter.
    3.3. Os participantes na reunião foram convocados através de Mercúrio, o mensageiro dos deuses.
    3.4. A assembleia era constituída pelos deuses que governavam os Sete Céus.
    3.5. Júpiter, que presidia à reunião, estava num assento de estrelas e os restantes deuses estavam sentados num plano inferior. Os assentos mais próximos do trono de Júpiter, os lugares de honra, eram ocupados pelos deuses mais antigos; os outros participantes iam-se dispondo em lugares sucessivamente mais baixos, de acordo com a sua importância.
    3.6. O objectivo desta sessão era dar a conhecer uma decisão que Júpiter tomara e ouvir a opinião dos participantes.
    3.7. A decisão que Júpiter tem para anunciar é que pretende ajudar os marinheiros portugueses a chegar à Índia, e, como tal, determina que sejam recebidos como amigos na costa africana, para poderem descansar e reabastecer-se antes de prosseguirem viagem.
    3.8. Júpiter fundamenta a sua decisão no facto de os navegantes já terem passado nas águas um duro Inverno, já terem enfrentado perigos imensos e estarem, portanto, exaustos.
    3.9. Baco não quer que os portugueses cheguem à Índia para não perder a fama, a glória, o prestígio que tem nas terras do Oriente.
    3.10. O que justifica esse apoio é o facto de Vénus gostar dos portugueses, por ver neles qualidades semelhantes às dos romanos, povo que lhe é tão querido (os romanos são descendentes do seu filho Eneias). Entre essas qualidades, destacam-se a bravura e a língua, que é muito semelhante ao latim. Além disso, a deusa do amor e da beleza também foi informada pelas Parcas, deusas do destino, que «há-de ser celebrada» nas terras onde os portugueses chegarem, interessando-lhe, pois, que os navegadores alcancem o Oriente.
    3.11. Marte diz a Júpiter que não deve dar ouvidos a Baco, pois a sua opinião é suspeita. O que motiva o deus do vinho contra os portugueses não é nenhuma razão válida, mas sim a inveja, o medo de perder a fama. Por outro lado, Marte procura convencer Júpiter de que é sinal de fraqueza voltar atrás após a tomada de uma decisão.
    3.12. A deliberação final do consílio é a de ajudar os portugueses, como Júpiter tinha decidido.

    II — Funcionamento da Língua
    1. Para referir Mercúrio, o poeta utiliza a perífrase «neto gentil do velho Atlante» (est. 20). Júpiter aparece designado Como «o Padre […] que vibra os feros raios de Vulcano» (est. 22). O Oceano Índico é o «mar que vê do Sol a roxa entrada» (est. 28). Os poetas são referidos como «quantos bebem a água de Parnaso» (est.32).

    2.
    a. Baco começou a apresentar os seus argumentos.
    b. Os portugueses iam navegando.

    3.
    a. que a sua proposta não seria aceite — oração subordinada integrante ou completiva (funciona como CD da oração subordinante).
    b. que apoiava a proposta de Júpiter — oração subordinada relativa explicativa (o antecedente do pronome relativo é Marte).
    c. que o Sol perdeu um pouco da sua intensidade — oração subordinada consecutiva (apresenta uma consequência da acção expressa na oração subordinante).
    d. Como Marte sentia uma antiga paixão por Vénus — oração subordinada causal (como = visto que, porque)

    4.
    a. Baco discutia acaloradamente, embora respeitasse a opinião de Vénus.
    b. Baco discutia acaloradamente, apesar disso poucos o escutavam.

    5.
    5.1. «Júpiter« — sujeito (simples); «o pai dos deuses» — aposto; «dos deuses» — complemento determinativo; «deu o consílio por encerrado» — predicado; «o consílio» — complemento directo; «por encerrado» — predicativo do complemento directo.
    5.2. O estabelecimento está encerrado. (O verbo é, necessariamente, copulativo.)

    quarta-feira, 4 de março de 2009

    Conteúdos para o teste (Março)

    Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º A (13 de Março)/9.º B (12 de Março)

    • TEXTO(S) EM ANÁLISE: excerto de Os Lusíadas; texto correlacionado tematicamente (?).

    • CONTEÚDOS TEMÁTICOS: contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).
    • TÉCNICAS TEXTUAIS: notícia (p. 19 M); entrevista (p. 20 M); banda desenhada; texto publicitário; instruções; carta de reclamação (p. 20 M); texto dramático (p. 112 M); biobibliografia p. 19 M); regulamento (p. 20 M); acta (FI).
    • FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: história da língua (pp. 22-44 M/FI); formação de palavras (p. 260 M, CA); derivação imprópria (p. 260 M, CA); figuras de estilo (pp. 271-272 M); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); funções sintácticas/elementos da oração* (pp. 261-265 M); determinantes e pronomes (pp. 245-246 e 254-255 M, CA); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); verbo (pp. 249-255 M, CA); conjunções e locuções conjuncionais (pp. 258 M, CA); frase complexa (pp. 267-268 M, CA); conjugação perifrástica (p.256 M, pp. 25-26 CA).

      * Em particular: sujeito; predicado verbal; predicado nominal; complemento directo; complemento indirecto; predicativo do sujeito; predicativo do complemento directo; verbos transitivos e intransitivos; verbos copulativos.

    quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

    OS LUSÍADAS - FICHA FORMATIVA

    I
    CONTEXTUALIZAÇÃO

    RENASCIMENTO, HUMANISMO E CLASSICISMO
    1. O Renascimento é a aceitação das formas artísticas:
    A. hispano-portuguesas
    B. greco-latinas
    C. franco-italianas

    2. Em Portugal, o Renascimento abrange os séculos:
    A. XV - XVI
    B. XVII - XVIII
    C. XIII – XIV

    3. O grande contributo português para o Renascimento foi/foram:
    A. a aceitação dos judeus vindos de Espanha
    B. os descobrimentos
    C. a expulsão dos muçulmanos

    4. Ao movimento que valoriza tudo o que é humano e exalta os valores do homem como centro do Universo dá-se o nome de:
    A. experimentalismo
    B. Humanismo
    C. Teocentrismo

    5. Com esta corrente de pensamento, o Homem passou a considerar-se como o centro de todas as coisas. A este fenómeno dá-se o nome de:
    A. teocentrismo
    B. geocentrismo
    C. antropocentrismo

    6. O Classicismo consiste num sentimento de admiração pela Antiguidade Clássica e no desejo de imitação da cultura greco-romana e de retoma:
    A. dos seus valores
    B. dos seus vícios
    C. da sua tecnologia

    EPOPEIA
    7. Uma epopeia pertence ao:
    A. modo lírico
    B. modo narrativo
    C. modo dramático

    8. Tem como grande objectivo:
    A. narrar uma pequena história
    B. narrar lendas e mitos
    C. narrar feitos gloriosos para os celebrar

    9. A Eneida é uma epopeia:
    A. latina da Antiguidade Clássica
    B. latina do Renascimento
    C. latina da Idade Média

    10. A acção da epopeia inicia-se:
    A. no seu fim
    B. no seu princípio
    C. "in media res

    FONTES
    11. Para escrever Os Lusíadas, Camões recorreu a fontes:
    A. literárias, históricas e científicas
    B. históricas e agrícolas
    C. comerciais e literárias

    AUTOR
    12. O grande vulto do Renascimento foi Luís de Camões, que se pensa ter vivido entre os anos:
    A. 1521/22 - 1585
    B. 1424/25 - 1472
    C. 1524/25 - 1580

    13. Luís de Camões escreveu Os Lusíadas, que tiveram a sua primeira edição:
    A. em 1570
    B. em 1571
    C. em 1572

    14. Durante a sua vida agitada, Luís de Camões foi:
    A. frequentador das cortes europeias
    B. adepto de uma vida monástica
    C. soldado em expedições militares

    15. Pensa-se que Luís de Camões, devido à sua vastíssima cultura, estudou:
    A. no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra
    B. na Universidade de Lisboa
    C. na Universidade de Évora

    16. Devido a alguns desacatos, em Lisboa, o poeta foi obrigado a partir para:
    A. a Índia
    B. África
    C. o Brasil

    ESTRUTURA EXTERNA
    17. Camões dividiu Os Lusíadas em:
    A. dez cenas
    B. dez cantos
    C. dez estrofes

    18. Todas as estâncias da obra são:
    A. dísticos
    B. quadras
    C. oitavas

    19. O esquema rimático das estâncias é:
    A. a b a b a b c c
    B. a b b a a b c c
    C. a a b b a a c c

    20. Os tipos de rima presentes na obra são:
    A. interpolada e cruzada
    B. cruzada, interpolada e emparelhada
    C. cruzada e emparelhada

    21. Cada verso é composto por:
    A. sete sílabas métricas (redondilha maior)
    B. dez sílabas métricas (décima)
    C. dez sílabas métricas (decassílabo)

    22. A maioria dos versos são decassílabos heróicos porque possuem acentuação rítmica:
    A. na quarta, sexta e décima sílabas
    B. na quarta e décima sílabas
    C. na sexta e décima sílabas

    ESTRUTURA INTERNA
    23. A ordem das partes que constituem a epopeia é a seguinte:
    A. Dedicatória - Narração - Proposição - Invocação
    B. Narração - Invocação - Proposição - Dedicatória
    C. Proposição - Invocação - Dedicatória - Narração

    24. Na Proposição, o poeta:
    A. apresenta o assunto do poema, que irá constituir o objecto da sua narração.
    B. dedica o poema ao rei D. Sebastião, a quem tece vários elogios.
    C. pede inspiração às Tágides.

    25. Ao longo da narração do poema, articulam-se quatro planos:
    A. viagem - mitologia – História de Portugal - deuses
    B. viagem - mitologia – História de Portugal – considerações do poeta
    C. viagem – mitologia – Antiguidade Clássica – considerações do poeta

    26. Quando o leitor toma contacto com a acção, esta encontra-se:
    A. numa fase adiantada
    B. no início
    C. no fim

    27. Os planos da viagem e da mitologia são:
    A. encaixados
    B. paralelos
    C. as duas primeiras partes da estrutura interna

    28. As unidades narrativas, mais ou menos extensas, nas quais se faz uma narração completa (introdução, desenvolvimento, conclusão) de acontecimentos reais ou imaginários, designam-se:
    A. episódios
    B. estâncias
    C. cantos

    II
    A PROPOSIÇÃO
    Lê atentamente as três primeiras estrofes da obra (página 127 do manual).

    1. Na Proposição, o poeta indica as personagens da nossa História que se propõe cantar.
    1.1. De que características se revestem?
    1.2. Trata-se de personagens individuais ou colectivas?

    2. Identifica o verso:
    2.1. que resume as intenções do poeta;
    2.2. que reúne todas estas personagens numa só.

    3. Para além dos heróis nacionais, o poeta refere outros.
    3.1. Identifica-os.
    3.2. Que razão terá levado o poeta a citá-los?

    4. «Cantando espalharei por toda a parte (…) / as armas e os barões assinalados (…) / as memórias gloriosas daqueles reis (…) / e aqueles que (…) se vão da lei da morte libertando
    4.1. Com base na transcrição, identifica os protagonistas do canto que o poeta pretende espalhar por toda a parte.
    4.2. Relendo as duas primeiras estrofes atentamente, especifica os feitos realizados por cada um dos protagonistas colectivos referidos.

    5. «da Ocidental praia Lusitana». (est. 1, v. 2)
    Explica em que medida a expressão transcrita pode ser considerada simultaneamente uma perífrase e uma sinédoque (cf. páginas 271-272 do manual).

    6. Explica o significado dos seguintes versos.
    «Mais do que prometia a força humana» (est. 1, v. 6)
    «Se vão da lei da Morte libertando» (est. 2, v. 6)
    «Cesse tudo o que a Musa antiga canta, / Que outro valor mais alto se alevanta» (est. 3, vv. 7-8)

    7. Explica, agora, em que consiste a Proposição e qual a sua função no conjunto da obra.

    8. Recorda o que aprendeste a propósito dos planos do poema.
    Em que medida é possível identificar, na Proposição, esses diferentes planos? Justifica com elementos do texto.


    III
    FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA
    Sugiro a resolução dos exercícios propostos no Caderno de Actividades (páginas 37-48), bem como a revisão dos restantes conteúdos.

    SOLUÇÕES
    I — CONTEXTUALIZAÇÃO
    Opção A: 2, 6, 9, 11, 15, 16, 19, 24, 26, 28
    Opção B: 1, 3, 4, 7, 17, 25, 27
    Opção C: 5, 8, 10, 12, 13, 14, 18, 20, 21, 22, 23

    II — A PROPOSIÇÃO
    1.1. Todos eles se destacam pela coragem, ousadia e heroísmo, sendo, por conseguinte, imortais.
    1.2. São personagens colectivas.

    2.1. «Cantando espalharei por toda a parte».
    2.2. «Que eu canto o peito ilustre Lusitano».

    3.1. O poeta faz referência a Ulisses, Eneias, Alexandre Magno e Trajano.
    3.2. Ulisses e Eneias, heróis da Odisseia e Eneida, respectivamente, tiveram de enfrentar perigos sobre-humanos na terra e no mar, até conseguirem chegar ao seu destino. Alexandre Magno e Trajano conquistaram grandes impérios. Camões, quando pede que se deixe de falar nesses heróis da Antiguidade, uma vez que ele vai cantar os feitos dos portugueses, evidencia que estes superaram as grandes e lendárias façanhas dos heróis do passado.

    4.1. Os protagonistas do canto do poeta são os «as armas e os barões assinalados», isto é, os guerreiros e homens ilustres que se distinguiram pelos feitos heróicos; os reis que deixaram para o futuro recordações de glória; e todas as personalidades que de algum modo se distinguiram e, por isso, nunca cairão no esquecimento.
    4.2. Os «barões assinalados» desvendaram caminhos marítimos desde Portugal até ao Extremo Oriente e construíram em terras distantes um novo reino; os Reis de «memórias gloriosas» dilataram a Fé cristã e o Império português ao promoverem a expansão por terras de África e Ásia; «aqueles (…) que se vão da lei da Morte libertando» fizeram obras de valor com que imortalizaram os seus nomes.

    5. Esta expressão é uma perífrase, uma vez que o poeta diz por muitas palavras o que poderia ser dito apenas por uma — Portugal. Além disso, encontramos também uma sinédoque porque Portugal (o todo) é aqui designado por uma das suas partes.

    6.
    - Estes heróis suplantaram aquilo que era legítimo esperar de simples humanos, ou seja, ultrapassaram a natural fraqueza do homem.
    - O poeta refere-se a todos aqueles que, pelas obras realizadas, ficarão para sempre «imortais», isto é, na memória dos homens.
    - De acordo com o poeta, os feitos dos portugueses, no mar, são superiores aos de Ulisses e Eneias, assim como os seus feitos em terra, nas diversas conquistas, são superiores aos feitos guerreiros de Alexandre Magno e de Trajano. Por essa razão, o poeta afirma que os feitos antigos deverão «calar-se», pois há agora um novo herói, capaz de os suplantar: o herói português.

    7. O poeta expõe o tema da sua obra e apresenta aqueles que vão ser objecto da exaltação épica.

    8.
    Cf. exercício 9. do manual (página 129).
    OK

    terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

    Luís de Camões — Breve resenha biográfica e literária


    Luís de Camões nasceu por 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa. Seus pais eram Simão Vaz de Camões e Ana de Sá. Admite-se que tenha estudado em Coimbra, pois a vasta cultura evidenciada na sua obra só se justifica se tiver frequentado estudos superiores. No entanto, não se encontrou, até hoje, qualquer documento comprovativo da sua passagem por essa universidade.
    Presume-se que era fidalgo da pequena nobreza (“Cavaleiro Fidalgo” da Casa Real, assim diz a carta de perdão de 1553), o que lhe terá dado acesso à corte, enquanto viveu em Lisboa. Sabe-se que, entre 1549 e 1551, participou numa expedição militar ao Norte de África onde, num acidente de guerra, perdeu o olho direito. Em 1552, encontrava-se novamente em Lisboa, e, se por um lado frequenta o paço onde se relaciona com a fidalguia da época e com algumas das principais damas da corte, por outro, vive uma vida boémia, fazendo parte de bandos de brigões e colaborando em rixas violentas.
    Em 1552, numa briga, fere um arrieiro do Rei, Gonçalo Borges, pelo que é preso na Cadeia do Tronco onde permanece até Março de 1553. Após ter sido perdoado pelo ferido, é liberto e o poeta pede ao Rei o seu perdão, na sequência do qual se pode justificar a sua partida para a Índia, ao serviço do Rei, nesse mesmo ano de 1553.
    Durante três anos, prestou serviço militar na Índia e posteriormente desempenhou cargos administrativos. Apesar da protecção e amizade do vice-rei, D. Francisco Coutinho, esteve preso por dívidas. Parece também ter estado em Macau e, no regresso à Índia, sofreu um naufrágio, no qual perdeu todos os seus bens, salvando-se a nado com o manuscrito de Os Lusíadas, como revela na estância 128, canto X. Em 1568, ajudado pelo capitão Pero Barreto Rolim, parte para Moçambique, onde vários amigos o vão encontrar na miséria e lhe pagam a viagem de regresso a Portugal, onde chega a Lisboa em Abril de 1570.
    Prepara, então, a publicação de Os Lusíadas, poema épico dedicado ao Rei D. Sebastião, que lhe concede uma tença anual de 15 000 reais brancos, que nem sempre lhe foi paga com regularidade. Em 1572, Os Lusíadas são publicados. Para além desta obra, Camões é autor de uma vasta obra lírica e de três autos ou comédias — El-Rei Seleuco, Auto de Filodemo e Anfitriões.
    Os seus últimos anos de vida em Portugal ficaram, na tradição, como anos de miséria. Morreu no dia 10 de Junho de 1580 — no mesmo ano em que Portugal perdeu a independência — sendo enterrado no convento de Sant’Ana, onde o amigo D. Gonçalo Coutinho lhe mandou reservar uma sepultura, em cuja lápide inscreveu:


    “Aqui jaz Luís Vaz de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo.

    Viveu pobre e miseravelmente assim morreu.”

    Desde 1880, os seus restos mortais repousam no Mosteiro dos Jerónimos.

    sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

    Exame de Língua Portuguesa

    Para conheceres a estrutura e cotações do exame de Língua Portuguesa, carrega no link:

    http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=218&fileName=IE_Linguaportuguesa_22_09.pdf

    terça-feira, 27 de janeiro de 2009

    Conteúdos para a ficha de avaliação

    Nos dias 6 e 12 de Fevereiro, temos uma ficha de avaliação. Aqui podes consultar os conteúdos que deves preparar. Se tiveres dúvidas, por insignificantes que possam parecer, não hesites em contactar-me!

    Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa — 9.º Ano
    6 de Fevereiro de 20098 (9.º A) / 12 de Fevereiro de 2009 (9.º B)


    TEXTO(S) EM ANÁLISE: excerto de Os Lusíadas; texto correlacionado tematicamente (?).

    CONTEÚDOS TEMÁTICOS: contextualização da obra (pp. 114-119 M); biografia de Luís de Camões (pp. 120-121); origem e características da epopeia (p. 188 M; CD); estrutura externa e interna da epopeia camoniana (pp. 188 e 235 M).

    TÉCNICAS TEXTUAIS: notícia; entrevista (p. 20 M); banda desenhada; texto publicitário; instruções; carta de reclamação (p. 20 M); texto dramático (p. 112 M); biobibliografia p. 19 M); regulamento (p. 20 M).

    FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: história da língua (pp. 22-44 M/FI); formação de palavras (p. 260 M, CA); derivação imprópria (p. 260 M, CA); figuras de estilo (pp. 271-272 M); funções sintácticas/elementos da oração* (pp. 261-265 M); determinantes e pronomes (pp. 245-246 e 254-255 M, CA); tipos e formas de frase (p. 261 M, CA); verbo (pp. 249-255 M, CA).

    * Em particular: sujeito; predicado verbal; predicado nominal; complemento directo; complemento indirecto; predicativo do sujeito; predicativo do complemento directo; verbos transitivos e intransitivos; verbos copulativos.

    quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

    Camões perde um olho

    Curiosidades sobre Os Lusíadas

    O poema de Luís de Camões, Os Lusíadas, compõe-se de 10 cantos, 1102 estrofes e 8816 versos, 55.433 palavras e 250.470 letras. Em toda a sua obra surgem 739 nomes geográficos, 392 nomes históricos e 539 nomes mitológicos, semideuses , etc.

    O total dos nomes começados com letra maiúscula , em sinal de veneração, como Barões, Fé, Rei, entre outros, é de 935. Os nomes próprios do poema são 827.



    Índice: curiosidades

    domingo, 11 de janeiro de 2009

    Como ser brasileiro em Lisboa sem dar (muito) nas vistas

    Como ser brasileiro em Lisboa sem dar (muito) nas vistas...
    Sim, eu sei que não será culpa sua, mas, se você desembarcar em Lisboa sem um bom domínio do idioma, poderá ver-se de repente em terríveis águas de bacalhau. Está vendo? Você já começou a não entender. O facto é que, como dizia Mark Twain, a respeito da Inglaterra e dos Estados Unidos, também Portugal e Brasil são dois países separados pela mesma língua. Se não acredita, vejá só esses exemplos. (...)

    Um casal brasileiro, amigo meu, alugou um carro e seguia tranquilamente pela estrada Lisboa–Porto, quando deu de cara com um aviso: "Cuidado com as bermas". Eles ficaram assustados — que diabo seria uma berma? Alguns metros à frente, outro aviso: "Cuidado com as bermas". Não resistiram: pararam no primeiro posto de gasolina, perguntaram o que era uma berma e só respiraram tranquilos quando souberam que berma era o acostamento.

    Você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas subtilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?) Pelo mesmo motivo, as fraldas de crianças são chamadas cuequinhas de bebé. Atenção também para os nomes de certas utilidades caseiras. Não adianta falar em esparadrapo — deve-se dizer pensos. Pasta de dente é dentífrico. Ventilador é ventoinha. E no caso (gravíssimo) de você ter de tomar injecção na nádega, desculpe, mas eu não posso dizer porque é feio.

    As maiores gafes de brasileiros em Lisboa acontecem (onde mais?) nos restaurantes, claro. Não adianta perguntar ao gerente do hotel onde se pode beliscar alguma coisa, porque ele achará que você está a fim de sair aplicando beliscões pela rua. Pergunte-lhe onde se pode petiscar.

    Os sanduíches são particularmente enganadores: um sanduíche de filé é chamado de prego; cachorros-quentes são simplesmente cachorros.

    E não se esqueça: um cafezinho é uma bica; uma média é um galão; e um chope é um imperial. E, pelo amor de Deus, não vá se chocar quando você tentar furar uma fila e alguém gritar lá de trás: "O gajo está a furar a bicha!" Você não sabia, mas em Portugal, chama-se fila de bicha. E não ria.

    Ah, que maravilha o futebol em Portugal! Um goleiro é um guarda-redes. Só isso e mais nada. Os jogadores do Benfica usam camisola encarnada — ou seja, camisa vermelha. Gol é golo. Bola é esférico. Pênalti é penálti. Se um jogador se contunde em campo, o locutor diz que ele se aleijou, mesmo que se recupere com simples massagem. Gramado é relvado, muito mais poético, não é? (...)

    Para se entender as crianças em Portugal, pedagogia não basta. É preciso traçar também uma outra linguística. Para começar, não se diz criança mas miúdos. (Não confundir com miúdos de galinha, que lá são chamados de miudezas. Os miúdos das galinhas portuguesas são os pintos.) Quando o guri inferniza a vida do pai, este não o ameaça com o tradicional: "Dou-te uma coça" mas com "Dou-te uma tareia", ou então com o violentíssimo: "Eu chego-te a roupa à pele".

    Um sujeito preguiçoso é um mandrião. Um indivíduo truculento é um matulão. Um tipo cabeludo é um gadelhudo (ou guedelhudo). Quando não se gosta de alguém, diz-se: "Não gramo aquele gajo". Quando alguém fala mal de você e você não liga, deve dizer: "Estou-me nas tintas" ou então: "Estou-me marimbando". (...) Um homem bonito, que as brasileiras chamam de pão, é chamado pelas portuguesas de pessegão. E uma garota de fechar o comércio é, não sei por quê, um borrachinho.

    Mas o pior equívoco em Portugal foi quando pifou a descarga da privada do meu quarto de hotel e eu telefonei para a portaria: "Podem me mandar um bombeiro para consertar a descarga da privada?" O homem não entendeu uma única palavra. Eu devia ter dito: "Ó pá, manda um canalizador para reparar o autoclismo da retrete."

    CASTRO, Ruy. Viaje bem. Revista de bordo da Varig. Ano VIII o 3/78 (adaptado)

    A maior palavra da nossa língua

    Alguns dizem que a maior palavra da língua portuguesa é
    "pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico" Será?
    Esta palavra está registrada no novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, tendo por definição «estado de quem é acometido de uma doença rara provocada pela aspiração de cinzas vulcânicas».
    É costume pensar-se que a maior palavra portuguesa, a palavra com mais letras, é o advérbio de modo "anticonstitucionalissimamente". No entanto, existem termos das linguagens de especialidade que são mais extensos. Na Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, por exemplo, encontramos o vocábulo "tetrabromometacresolsulfonoftaleína", que tem mais cinco letras. Trata-se de um termo específico da área da química, que significa o mesmo que "verde de bromocresol". Os recursos morfológicos do português permitem, no entanto, criar palavras ainda maiores.
    Não as encontraremos atestadas nos dicionários gerais de língua uma vez que estes não podem incluir, por razões práticas, termos muito específicos nem podem cobrir todas as possibilidades de derivação das palavras, que são infinitas.